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% Author: Filipe L B Correia <filipelbc@gmail.com>
% Last Change: 2015 Out 11 15:11:15
\documentclass{rosario}
%===============================================================================
\begin{document}
\title{O Santo\\Rosário}
\author{}
\date{}
\maketitle
%===============================================================================
\chapter{Instruções}
\begin{center}
\input{img/instrucoes.tex}
\end{center}
\TODO
%===============================================================================
\chapter{Orações}
%===============================================================================
\section{Sinal da Cruz}
Pelo Sinal da santa cruz, livrai-nos Deus Nosso Senhor dos nossos inimigos.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
\amen.
%===============================================================================
\section{Credo Apostólico}
Creio em Deus Pai, todo-poderoso, Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos;
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos céus;
e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
na vida eterna.
\amen.
%===============================================================================
\section{Pai Nosso}
Pai nosso, que estais no céu,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino;
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores;
e não nos deixeis cair em tentação;
mas livrai-nos do mal.
\amen.
%===============================================================================
\section{Ave Maria}
Ave, Maria, cheia de graça,
o Senhor é convosco;
bendita sois vós entre as mulheres,
e bendito é o fruto do vosso ventre,
Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós, pecadores,
agora e na hora da nossa morte.
\amen.
%===============================================================================
\section{Salve Rainha}
Salve, Rainha,
Mãe de misericórdia,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos, os degredados filhos de Eva;
a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei;
e no fim deste desterro nos mostrai Jesus,
bendito fruto do vosso ventre,
ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, santa Mãe de Deus. \\
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
%===============================================================================
\section{Glória}
Glória ao Pai, ao Filho, e ao Espírito Santo. \\
Como era no princípio, agora e sempre.
\amen.
%===============================================================================
\section{Oração de Fátima}
Ó meu bom Jesus!
Perdoai-nos;
livrai-nos do fogo do inferno;
levai as almas para o céu
e socorrei principalmente as que mais precisarem.
\amen.
%===============================================================================
\chapter{Mistérios Gozosos}
\emph{Segundas e Sábados.}
\from{RVM 20:}
[Estes mistérios] caracteriza[m]-se de facto pela \emph{alegria que irradia do acontecimento da Encarnação}.
Isto é evidente desde a Anunciação, quando a saudação de Gabriel à Virgem de Nazaré se liga ao convite da alegria messiânica:
<< Alegra-te, Maria >>.
Para este anúncio se encaminha a história da salvação, e até, de certo modo, a história do mundo.
De facto, se o desígnio do Pai é recapitular em Cristo todas as coisas (cf. Ef 1, 10), então todo o
universo de algum modo é alcançado pelo favor divino, com o qual o Pai Se inclina sobre Maria
para torná-La Mãe do seu Filho.
Por sua vez, toda a humanidade está como que incluída no fiat com que Ela corresponde prontamente à vontade de Deus.
Sob o signo da exultação, aparece depois a cena do encontro com Isabel, onde a mesma voz de Maria e a presença de Cristo no seu ventre fazem << saltar de alegria >> João (cf. Lc 1, 44).
Inundada de alegria é a cena de Belém, onde o nascimento do Deus-Menino, o Salvador do mundo, é cantado pelos anjos e anunciado aos pastores precisamente como << uma grande alegria >> (Lc 2, 10).
Os dois últimos mistérios, porém, mesmo conservando o sabor da alegria \emph{antecipam já os sinais do drama}.
A apresentação no templo, de facto, enquanto exprime a alegria da consagração e extasia o velho Simeão, regista também a profecia do << sinal de contradição >> que o Menino será para Israel e da espada que trespassará a alma da Mãe (cf. Lc 2, 34-35).
Gozoso e ao mesmo tempo dramático é também o episódio de Jesus, aos doze anos, no templo.
Vemo-Lo aqui na sua divina sabedoria, enquanto escuta e interroga, e substancialmente no papel d'Aquele que ``ensina''.
A revelação do seu mistério de Filho totalmente dedicado às coisas do Pai é anúncio daquela radicalidade evangélica que põe inclusive em crise os laços mais caros do homem, diante das exigências absolutas do Reino.
Até José e Maria, aflitos e angustiados, << não entenderam >> as suas palavras (Lc 2, 50).
Por isso, meditar os mistérios gozosos significa entrar nas motivações últimas e no significado profundo da alegria cristã.
Significa fixar o olhar sobre a realidade concreta do mistério da Encarnação e sobre o obscuro prenúncio do mistério do sofrimento salvífico.
Maria leva-nos a aprender o segredo da alegria cristã, lembrando-nos que o cristianismo é, antes de mais, \emph{euangelion}, ``boa nova'', que tem o seu centro, antes, o seu mesmo conteúdo, na pessoa de Cristo, o Verbo feito carne, único Salvador do mundo.
%===============================================================================
\section{A Anunciação do Anjo a Nossa Senhora}
\from{Mateus \TODO:}
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas 1, 26--39:}
No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria.
Entrando, o anjo disse-lhe:
Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.
Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação.
O anjo disse-lhe:
Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus.
Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi;
e reinará eternamente na casa de Jacó,
e o seu reino não terá fim.
Maria perguntou ao anjo:
Como se fará isso, pois não conheço homem?
Respondeu-lhe o anjo:
O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra.
Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.
Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice;
e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril,
porque a Deus nenhuma coisa é impossível.
Então disse Maria:
Eis aqui a serva do Senhor.
Faça-se em mim segundo a tua palavra.
E o anjo afastou-se dela.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 484:}
A Anunciação a Maria inaugura a << plenitude dos tempos >> (Gl 4, 4), isto é, o cumprimento das promessas e dos preparativos.
Maria é convidada a conceber Aquele em quem habitará << corporalmente toda a plenitude da Divindade >> (Cl 2, 9).
A resposta divina ao seu << como será isto, se Eu não conheço homem? >> (Lc 1, 34) é dada pelo poder do Espírito:
<< O Espírito Santo virá sobre ti >> (Lc 1, 35).
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\section{A Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel}
\from{Mateus \TODO:}
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas 1, 39--56:}
Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio;
e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
E exclamou em alta voz:
Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!
E Maria disse:
Minha alma glorifica ao Senhor,
meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
porque olhou para sua pobre serva.
Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
Manifestou o poder do seu braço:
desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
Maria ficou com Isabel cerca de três meses.
Depois voltou para casa.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 717:}
<< Apareceu um homem, enviado por Deus, que tinha o nome de João >> (Jo 1, 6).
João é << cheio do Espírito Santo já desde o seio materno >> (Lc 1, 15), pelo próprio Cristo que a Virgem acabava de conceber por obra e graça do Espírito Santo.
A << visitação >> de Maria a Isabel tornou-se, assim, << visita de Deus ao seu povo >>.
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\section{O Nascimento do Menino Jesus em Belém}
\from{Mateus 2, 1--16:}
\TODO
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas 2, 1--20:}
Naqueles tempos apareceu um decreto de César Augusto, ordenando o recenseamento de toda a terra.
Este recenseamento foi feito antes do governo de Quirino, na Síria.
Todos iam alistar-se, cada um na sua cidade.
Também José subiu da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à Cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi,
para se alistar com a sua esposa Maria, que estava grávida.
Estando eles ali, completaram-se os dias dela.
E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas, reclinou-o num presépio;
porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.
Um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor refulgiu ao redor deles, e tiveram grande temor.
O anjo disse-lhes:
Não temais, eis que vos anuncio uma boa nova que será alegria para todo o povo:
hoje vos nasceu na Cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor.
Isto vos servirá de sinal:
achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura.
E subitamente ao anjo se juntou uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus e dizia:
Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra paz aos homens, objetos da benevolência (divina).
Depois que os anjos os deixaram e voltaram para o céu, falaram os pastores uns com os outros:
Vamos até Belém e vejamos o que se realizou e o que o Senhor nos manifestou.
Foram com grande pressa e acharam Maria e José, e o menino deitado na manjedoura.
Vendo-o, contaram o que se lhes havia dito a respeito deste menino.
Todos os que os ouviam admiravam-se das coisas que lhes contavam os pastores.
Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração.
Voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, e que estava de acordo com o que lhes fora dito.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 525:}
Jesus nasceu na humildade dum estábulo, no seio duma família pobre.
As primeiras testemunhas deste acontecimento são simples pastores.
E é nesta pobreza que se manifesta a glória do céu.
A Igreja não se cansa de cantar a glória desta noite:
\begin{verse}
Hoje a Virgem dá à luz o Eterno \\
e a terra oferece uma gruta ao Inacessível. \\
Cantam-n'O os anjos e os pastores, \\
e com a estrela os magos põem-se a caminho, \\
porque Tu nasceste para nós, \\
pequeno Infante. Deus eterno!
\end{verse}
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\section{A Apresentação de Jesus no Templo}
\from{Mateus \TODO:}
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas 2, 21--40:}
Completados que foram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno.
Concluídos os dias da sua purificação segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentar ao Senhor,
conforme o que está escrito na lei do Senhor:
Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor (Ex 13,2);
e para oferecerem o sacrifício prescrito pela lei do Senhor, um par de rolas ou dois pombinhos.
Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão.
Este homem, justo e piedoso, esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.
Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor.
Impelido pelo Espírito Santo, foi ao templo.
E tendo os pais apresentado o menino Jesus, para cumprirem a respeito dele os preceitos da lei,
tomou-o em seus braços e louvou a Deus nestes termos:
Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra.
Porque os meus olhos viram a vossa salvação
que preparastes diante de todos os povos,
como luz para iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel.
Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que dele se diziam.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe:
Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições,
a fim de serem revelados os pensamentos de muitos corações.
E uma espada transpassará a tua alma.
Havia também uma profetisa chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser;
era de idade avançada.
Depois de ter vivido sete anos com seu marido desde a sua virgindade, ficara viúva, e agora com oitenta e quatro anos não se apartava do templo, servindo a Deus noite e dia em jejuns e orações.
Chegando ela à mesma hora, louvava a Deus e falava de Jesus a todos aqueles que em Jerusalém esperavam a libertação.
Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a Galiléia, à sua cidade de Nazaré.
O menino ia crescendo e se fortificava:
estava cheio de sabedoria, e a graça de Deus repousava nele.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 527:}
A \emph{circuncisão} de Jesus, oito dias depois do seu nascimento, sinal da sua inserção na descendência de Abraão, no povo da Aliança, da sua submissão à Lei e da sua deputação para o culto de Israel, no qual participará durante toda a sua vida.
Este sinal prefigura << a circuncisão de Cristo >>, que é o Baptismo.
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\section{O Menino Jesus Perdido e Achado no Templo}
\from{Mateus \TODO:}
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas 2, 41--52:}
Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa.
Tendo ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa.
Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os seus pais o percebessem.
Pensando que ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e o buscaram entre os parentes e conhecidos.
Mas não o encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura dele.
Três dias depois o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os.
Todos os que o ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas.
Quando eles o viram, ficaram admirados.
E sua mãe disse-lhe:
Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição.
Respondeu-lhes ele:
Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?
Eles, porém, não compreenderam o que ele lhes dissera.
Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso.
Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração.
E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 534:}
\emph{O reencontro de Jesus no templo} é o único acontecimento que quebra o silêncio dos evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus.
Nele, Jesus deixa entrever o mistério da sua consagração total à missão decorrente da sua filiação divina:
<< Não sabíeis que Eu tenho de estar na casa do meu Pai? >>
Maria e José << não compreenderam >> esta palavra, mas acolheram-na na fé, e Maria << guardava no coração todas estas recordações >>, ao longo dos anos em que Jesus permaneceu oculto no silêncio duma vida normal.
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\chapter{Mistérios Luminosos}
\emph{Quintas.}
\from{RVM 21:}
Passando [...] à vida pública de Jesus, a contemplação leva-nos aos mistérios que se podem chamar, por especial título, ``mistérios da luz''.
Na verdade, \emph{todo o mistério de Cristo é luz}.
Ele é a << luz do mundo >> (Jo 8, 12).
Mas esta dimensão emerge particularmente \emph{nos anos da vida pública}, quando Ele anuncia o evangelho do Reino.
[...]
Cada um destes mistérios é \emph{revelação do Reino divino já personificado no mesmo Jesus}.
Primeiramente é mistério de luz o Baptismo no Jordão.
Aqui, enquanto Cristo desce à água do rio, como inocente que Se faz pecado por nós (cf. 2 Cor 5, 21), o céu abre-se e a voz do Pai proclama-O Filho dileto (cf. Mt 3, 17 par), ao mesmo tempo que o Espírito vem sobre Ele para
investi-Lo na missão que O espera.
Mistério de luz é o início dos sinais em Caná (cf. Jo 2, 1-12), quando Cristo, transformando a água em vinho, abre à fé o coração dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira entre os crentes.
Mistério de luz é a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do Reino de Deus e convida à conversão (cf. Mc 1, 15), perdoando os pecados de quem a Ele se dirige com humilde confiança (cf. Mc 2, 3-13; Lc 7, 47-48), início do ministério de misericórdia que Ele prosseguirá exercendo até ao fim do mundo, especialmente através do
sacramento da Reconciliação confiado à sua Igreja (cf. Jo 20, 22-23).
Mistério de luz por excelência é a Transfiguração que, segundo a tradição, se deu no Monte Tabor.
A glória da Divindade reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai O acredita aos Apóstolos extasiados para que O << escutem >> (cf. Lc 9, 35 par) e se disponham a viver com Ele o momento doloroso da Paixão, a fim de chegarem com Ele à glória da Ressurreição e a uma vida transfigurada pelo Espírito Santo.
Mistério de luz é, enfim, a instituição da Eucaristia, na qual Cristo Se faz alimento com o seu Corpo e o seu Sangue sob os sinais do pão e do vinho, testemunhando << até ao extremo >> o seu amor pela humanidade (Jo 13, 1), por cuja salvação Se oferecerá em sacrifício.
Nestes mistérios, à excepção de Caná, \emph{a presença de Maria fica em segundo plano}.
[...]
Mas, a função que desempenha em Caná acompanha, de algum modo, todo o caminho de Cristo.
A revelação, que no Baptismo do Jordão é oferecida directamente pelo Pai e confirmada pelo Baptista, está na sua boca em Caná, e torna-se a grande advertência materna que Ela dirige à Igreja de todos os tempos:
<< Fazei o que Ele vos disser >> (Jo 2, 5).
Advertência esta que introduz bem as palavras e os sinais de Cristo durante a vida pública, constituindo o fundo mariano de todos os ``mistérios da luz''.
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\section{O Batismo de Jesus no Rio Jordão}
\from{Mateus 3, 13--17:}
Da Galiléia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele.
João recusava-se: Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!
Mas Jesus lhe respondeu:
Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa.
Então João cedeu.
Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água.
Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.
E do céu baixou uma voz:
Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição.
\from{Marcos 1, 4--11:}
João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados.
E saíam para ir ter com ele toda a Judéia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
Ele pôs-se a proclamar:
``Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.''
Ora, naqueles dias veio Jesus de Nazaré, da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão.
No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele.
E ouviu-se dos céus uma voz:
``Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição.''
\from{Lucas \TODO:}
\from{João \TODO:}
\from{CIC 535, 536:}
O início da vida pública de Jesus é o seu baptismo por João, no rio Jordão.
João pregava << um baptismo de penitência, em ordem à remissão dos pecados >> (Lc 3, 3).
Uma multidão de pecadores, publicanos e soldados, fariseus e saduceus e prostitutas vinha ter com ele, para que os baptizasse.
<< Então aparece Jesus >>.
O Baptista hesita, Jesus insiste:
e recebe o baptismo.
Então o Espírito Santo, sob a forma de pomba, desce sobre Jesus e uma voz do céu proclama:
<< Este é o meu Filho muito amado >> (Mt 3,13-17).
Tal foi a manifestação (<< epifania >>) de Jesus como Messias de Israel e Filho de Deus.
Da parte de Jesus, o seu baptismo é a aceitação e a inauguração da sua missão de Servo sofredor.
Deixa-se contar entre o número dos pecadores.
É já << o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo >> (Jo 1, 29), e antecipa já o << baptismo >> da sua morte sangrenta.
Vem, desde já, para << cumprir toda a justiça >> (Mt 3,15).
Quer dizer que Se submete inteiramente à vontade do Pai e aceita por amor o baptismo da morte para a remissão dos nossos pecados.
A esta aceitação responde a voz do Pai, que põe toda a sua complacência no Filho.
O Espírito que Jesus possui em plenitude, desde a sua conceição, vem << repousar >> sobre Ele (Jo 1, 32-33) e Jesus será a fonte do mesmo Espírito para toda a humanidade.
No baptismo de Cristo, << abriram-se os céus >> (Mt 3, 16) que o pecado de Adão tinha fechado, e as águas são santificadas pela descida de Jesus e do Espírito, prelúdio da nova criação.
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\section{O Milagre nas Bodas de Caná}
\from{Mateus \TODO:}
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas \TODO:}
\from{João 2, 1--11:}
Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus.
Também foram convidados Jesus e os seus discípulos.
Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe:
Eles já não têm vinho.
Respondeu-lhe Jesus:
Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou.
Disse, então, sua mãe aos serventes:
Fazei o que ele vos disser.
Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas.
Jesus ordena-lhes:
Enchei as talhas de água.
Eles encheram-nas até em cima.
Tirai agora , disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes.
E levaram.
Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era (se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água), chamou o noivo
e disse-lhe:
É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom.
Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.
Este foi o primeiro milagre de Jesus;
realizou-o em Caná da Galiléia.
Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.
\from{CIC 1613:}
No umbral da sua vida pública, Jesus realiza o seu primeiro sinal -- a pedido da sua Mãe -- por ocasião duma festa de casamento.
A Igreja atribui uma grande importância à presença de Jesus nas bodas de Caná.
Ela vê nesse facto a confirmação da bondade do matrimónio e o anúncio de que, doravante, o matrimónio seria um sinal eficaz da presença de Cristo.
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\section{O Anúncio do Reino de Deus}
\from{Mateus 4, 12--23:}
Quando, pois, Jesus ouviu que João fora preso, retirou-se para a Galiléia.
Deixando a cidade de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e Neftali,
para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías:
A terra de Zabulon e de Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios,
este povo, que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz;
e surgiu uma aurora para os que jaziam na região sombria da morte (Is 9,1).
Desde então, Jesus começou a pregar:
Fazei penitência, pois o Reino dos céus está próximo.
Caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos:
Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
E disse-lhes:
Vinde após mim e vos farei pescadores de homens.
Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
Passando adiante, viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes.
Chamou-os, e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.
Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.
\from{Marcos 1, 14--21:}
Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia.
Pregava o Evangelho de Deus, e dizia:
``Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo;
fazei penitência e crede no Evangelho.''
Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.
Jesus disse-lhes:
``Vinde após mim;
eu vos farei pescadores de homens.''
Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.
Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes.
E chamou-os logo.
Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.
Dirigiram-se para Cafarnaum.
E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar.
\from{Lucas \TODO:}
\from{João \TODO:}
\from{CIC 543:}
Todos os homens são chamados a entrar no Reino.
Anunciado primeiro aos filhos de Israel, este Reino messiânico é destinado a acolher os homens de todas as nações.
Para ter acesso a ele, é preciso acolher a Palavra de Jesus:
\begin{quote}
<< A Palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo:
aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo, já receberam o Reino;
depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe >>.
\end{quote}
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\section{A Transfiguração de Jesus no Monte Tabor}
\from{Mateus 17, 1--9:}
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha.
Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.
E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.
Pedro tomou então a palavra e disse-lhe:
Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas:
uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.
Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu.
E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia:
Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o.
Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo.
Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo:
Levantai-vos e não temais.
Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus.
E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição:
Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.
\from{Marcos \TODO:}
\from{Lucas 9, 28--36:}
Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar.
Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.
E eis que falavam com ele dois personagens:
eram Moisés e Elias,
que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém.
Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono;
ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia.
Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse:
Mestre, é bom estarmos aqui.
Podemos levantar três tendas:
uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!...
Ele não sabia o que dizia.
Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem e encobriu-os com a sua sombra;
e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor.
Então da nuvem saiu uma voz:
Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o!
E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesus sozinho.
Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 554, 555:}
A partir do dia em que Pedro confessou que Jesus era o Cristo, Filho do Deus vivo, o Mestre << começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e lá sofrer [...], que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia >> (Mt 16, 21).
Pedro rejeita este anúncio e os outros também não o entendem.
É neste contexto que se situa o episódio misterioso da transfiguração de Jesus, no cimo duma alta montanha, perante três testemunhas por Ele escolhidas:
Pedro, Tiago e João.
O rosto e as vestes de Jesus tornaram-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, << e falam da sua morte, que ia consumar-se em Jerusalém >> (Lc 9, 31).
Uma nuvem envolve-os e uma voz do céu diz:
<< Este é o meu Filho predilecto: escutai-O >> (Lc 9, 35).
Por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro.
Mostra também que, para << entrar na sua glória >> (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém.
Moisés e Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha;
a Lei e os Profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias.
A paixão de Jesus é da vontade do Pai:
o Filho age como Servo de Deus.
A nuvem indica a presença do Espírito Santo:
<< \emph{Tota Trinitas apparuit: Pater in voce; Filius in homine; Spiritus in nube clara} -- Apareceu toda a Trindade:
o Pai na voz; o Filho na humanidade; o Espírito Santo na nuvem luminosa >> :
\begin{quote}
<< Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua glória, ó Cristo Deus;
para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiação do Pai >> (317).
\end{quote}
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\section{A Última Ceia e a Instituição da Eucaristia}
\from{Mateus 26, 19--20,26--29:}
Os discípulos fizeram o que Jesus tinha ordenado e prepararam a Páscoa.
Ao declinar da tarde, pôs-se Jesus à mesa com os doze discípulos.
Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo:
Tomai e comei, isto é meu corpo.
Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo:
Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados.
Digo-vos:
doravante não beberei mais desse fruto da vinha até o dia em que o beberei de novo convosco no Reino de meu Pai.
\from{Marcos 14, 12--17,22--24:}
No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava a Páscoa, perguntaram-lhe os discípulos:
Onde queres que preparemos a refeição da Páscoa?
Ele enviou dois dos seus discípulos, dizendo: Ide à cidade, e sair-vos-á ao encontro um homem, carregando um cântaro de água.
Seguí-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa:
O Mestre pergunta: Onde está a sala em que devo comer a Páscoa com os meus discípulos?
E ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, mobiliada e pronta.
Fazei ali os preparativos.
Partiram os discípulos para a cidade e acharam tudo como Jesus lhes havia dito, e prepararam a Páscoa.
Chegando a tarde, dirigiu-se ele para lá com os Doze.
Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo:
Tomai, isto é o meu corpo.
Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lho, e todos dele beberam.
E disse-lhes:
Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos.
\from{Lucas 22, 7--20:}
Raiou o dia dos pães sem fermento, em que se devia imolar a Páscoa.
Jesus enviou Pedro e João, dizendo:
Ide e preparai-nos a ceia da Páscoa.
Perguntaram-lhe eles:
Onde queres que a preparemos?
Ele respondeu:
Ao entrardes na cidade, encontrareis um homem carregando uma bilha de água;
seguí-o até a casa em que ele entrar, e direis ao dono da casa:
O Mestre pergunta-te:
Onde está a sala em que comerei a Páscoa com os meus discípulos?
Ele vos mostrará no andar superior uma grande sala mobiliada, e ali fazei os preparativos.
Foram, pois, e acharam tudo como Jesus lhes dissera;
e prepararam a Páscoa.
Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos.
Disse-lhes:
Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer.
Pois vos digo:
não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus.
Pegando o cálice, deu graças e disse:
Tomai este cálice e distribuí-o entre vós.
Pois vos digo:
já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus.
Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo:
Isto é o meu corpo, que é dado por vós;
fazei isto em memória de mim.
Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo:
Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós...
\from{João \TODO}
\from{CIC 1340:}
Celebrando a última ceia com os seus Apóstolos, no decorrer do banquete pascal, Jesus deu o seu sentido definitivo à Páscoa judaica.
Com efeito, a passagem de Jesus para o seu Pai, pela sua morte e ressurreição -- a Páscoa nova -- é antecipada na ceia e celebrada na Eucaristia, que dá cumprimento a Páscoa judaica e antecipa a Páscoa final da Igreja na glória do Reino.
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\chapter{Mistérios Dolorosos}
\emph{Terças e Sextas.}
\from{RVM 22:}
Os Evangelhos dão grande relevo aos mistérios da dor de Cristo.
A piedade cristã desde sempre [...] deteve-se em cada um dos momentos da Paixão, intuindo que aqui está \emph{o ápice da revelação do amor} e a fonte da nossa salvação.
O Rosário escolhe alguns momentos da Paixão, induzindo o orante a fixar neles o olhar do coração e a revivê-los.
O itinerário meditativo abre-se com o Getsemani, onde Cristo vive um momento de particular angústia perante a vontade do Pai, contra a qual a debilidade da carne seria tentada a revoltar-se.
Ali Cristo põe-Se no lugar de todas as tentações da humanidade, e diante de todos os seus pecados, para dizer ao Pai:
``Não se faça a minha vontade, mas a Tua'' (Lc 22, 42).
Este seu ``sim'' muda o ``não'' dos pais no Éden.
E o quanto Lhe deverá custar esta adesão à vontade do Pai, emerge dos mistérios seguintes, nos quais, com a flagelação, a coroação de espinhos, a subida ao Calvário, a morte na cruz, Ele é lançado no maior desprezo:
\emph{Ecce homo}!
Neste desprezo, revela-se não somente o amor Deus, mas o mesmo sentido do homem.
\emph{Ecce homo}:
quem quiser conhecer o homem, deve saber reconhecer o seu sentido, a sua raiz e o seu cumprimento em Cristo, Deus que Se rebaixa por amor ``até à morte, e morte de cruz'' (Fil 2, 8).
Os mistérios da dor levam o crente a reviver a morte de Jesus pondo-se aos pés da cruz junto de Maria, para com Ela penetrar no abismo do amor de Deus pelo homem e sentir toda a sua força regeneradora.
\from{I Coríntios 15, 1--3:}
Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes.
Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei.
De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé.
Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido:
que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras.
\from{Isaías 53, 1--5}
Quem poderia acreditar nisso que ouvimos?
A quem foi revelado o braço do Senhor?
Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida;
não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos.
Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos;
como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.
Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniquidades;
o castigo que nos salva pesou sobre ele;
fomos curados graças às suas chagas.
\from{I Pedro 2, 19--21}
Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus.
Que mérito teria alguém se suportasse pacientemente os açoites por ter praticado o mal?
Ao contrário, se é por ter feito o bem que sois maltratados, e se o suportardes pacientemente, isto é coisa agradável aos olhos de Deus.
Ora, é para isto que fostes chamados.
Também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo para que sigais os seus passos.
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\section{A Oração de Jesus no Horto das Oliveiras}
\from{Mateus 26, 36--45:}
Retirou-se Jesus com eles para um lugar chamado Getsemani e disse-lhes:
Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.
E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
Disse-lhes, então:
Minha alma está triste até a morte.
Ficai aqui e vigiai comigo.
Adiantou-se um pouco e, prostrando-se com a face por terra, assim rezou:
Meu Pai, se é possível, afasta de mim este cálice! Todavia não se faça o que eu quero, mas sim o que tu queres.
Foi ter então com os discípulos e os encontrou dormindo.
E disse a Pedro:
Então não pudestes vigiar uma hora comigo...
Vigiai e orai para que não entreis em tentação.
O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
Afastou-se pela segunda vez e orou, dizendo:
Meu Pai, se não é possível que este cálice passe sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!
Voltou ainda e os encontrou novamente dormindo, porque seus olhos estavam pesados.
Deixou-os e foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras.
Voltou então para os seus discípulos e disse-lhes:
Dormi agora e repousai! Chegou a hora:
o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores...
\from{Marcos 14, 32--39:}
Foram em seguida para o lugar chamado Getsemani, e Jesus disse a seus discípulos:
Sentai-vos aqui, enquanto vou orar.
Levou consigo Pedro, Tiago e João;
e começou a ter pavor e a angustiar-se.
Disse-lhes:
A minha alma está numa tristeza mortal;
ficai aqui e vigiai.
Adiantando-se alguns passos, prostrou-se com a face por terra e orava que, se fosse possível, passasse dele aquela hora.
Aba! (Pai!), suplicava ele.
Tudo te é possível;
afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça o que eu quero, senão o que tu queres.
Em seguida, foi ter com seus discípulos e achou-os dormindo.
Disse a Pedro:
Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora!
Vigiai e orai, para que não entreis em tentação.
Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca.
\from{Lucas 22, 39--46:}
Conforme o seu costume, Jesus saiu dali e dirigiu-se para o monte das Oliveiras, seguido dos seus discípulos.
Ao chegar àquele lugar, disse-lhes:
Orai para que não caiais em tentação.
Depois se afastou deles à distância de um tiro de pedra e, ajoelhando-se, orava:
Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua.
Apareceu-lhe então um anjo do céu para confortá-lo.
Ele entrou em agonia e orava ainda com mais instância, e seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra.
Depois de ter rezado, levantou-se, foi ter com os discípulos e achou-os adormecidos de tristeza.
Disse-lhes:
Por que dormis? Levantai-vos, orai, para não cairdes em tentação.
\from{João \TODO:}
\from{CIC 2849:}
Ora um tal combate e uma tal vitória só são possíveis pela oração.
Foi pela oração que Jesus venceu o Tentador desde o princípio e no último combate da sua agonia.
Foi ao seu combate e à sua agonia que Cristo nos uniu nesta petição ao nosso Pai.
A vigilância do coração é lembrada com insistência em comunhão com a sua.
A vigilância é a << guarda do coração >> e Jesus pede ao Pai que << nos guarde em seu nome >>.
O Espírito Santo procura incessantemente despertar-nos para esta vigilância.
Esta petição adquire todo o seu sentido dramático, quando relacionada com a tentação final do nosso combate na terra:
ela pede a perseverança final.
<< Olhai que vou chegar como um ladrão: feliz de quem estiver vigilante! >> (Ap 16, 15).
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\section{A Flagelação de Jesus}
\from{Mateus 27, 24--26:}
Pilatos viu que nada adiantava, mas que, ao contrário, o tumulto crescia.
Fez com que lhe trouxessem água, lavou as mãos diante do povo e disse:
Sou inocente do sangue deste homem.
Isto é lá convosco!
E todo o povo respondeu:
Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos!
Libertou então Barrabás, mandou açoitar Jesus e lho entregou para ser crucificado.
\from{Marcos 15, 12--15:}
Pilatos falou-lhes outra vez: E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?
Eles tornaram a gritar: Crucifica-o!
Pilatos replicou:
Mas que mal fez ele?
Eles clamavam mais ainda: Crucifica-o!
Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado.
\from{Lucas \TODO:}
\from{João 18, 38--40; 19, 1:}
Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade?...
Falando isso, saiu de novo, foi ter com os judeus e disse-lhes:
Não acho nele crime algum.
Mas é costume entre vós que pela Páscoa vos solte um preso.
Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?
Então todos gritaram novamente e disseram:
Não! A este não! Mas a Barrabás! (Barrabás era um salteador.)
Pilatos mandou então flagelar Jesus.
\from{CIC 612:}
O cálice da Nova Aliança, que Jesus antecipou na Ceia, oferecendo-Se a Si mesmo, é aceite seguidamente por Jesus das mãos do Pai, na agonia no Getsemani, fazendo-Se << obediente até á morte >> (Fl 2, 8).
Na sua oração, Jesus diz:
<< Meu Pai, se é possível, que se afaste de Mim este cálice [...] >> (Mt 26, 39).
Exprime desse modo o horror que a morte representa para a sua natureza humana.
Com efeito, esta, como a nossa, está destinada à vida eterna.
Mas, diferentemente da nossa, é perfeitamente isenta do pecado que causa a morte.
E, sobretudo, é assumida pela pessoa divina do << Príncipe da Vida >>, do << Vivente >>.
Aceitando, com a sua vontade humana, que se faça a vontade do Pai aceita a sua morte enquanto redentora, para << suportar os nossos pecados no seu corpo, no madeiro da cruz >> (1 Pe 2, 24).
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\section{A Coroação de Espinhos}
\from{Mateus 27, 27--31:}
Os soldados do governador conduziram Jesus para o pretório e rodearam-no com todo o pelotão.
Arrancaram-lhe as vestes e colocaram-lhe um manto escarlate.
Depois, trançaram uma coroa de espinhos, meteram-lha na cabeça e puseram-lhe na mão uma vara.
Dobrando os joelhos diante dele, diziam com escárnio:
Salve, rei dos judeus!
Cuspiam-lhe no rosto e, tomando da vara, davam-lhe golpes na cabeça.
Depois de escarnecerem dele, tiraram-lhe o manto e entregaram-lhe as vestes.
Em seguida, levaram-no para o crucificar.
\from{Marcos 15, 16--18:}
Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte.
Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça.
E começaram a saudá-lo: Salve, rei dos judeus!
\from{Lucas \TODO:}
\from{João 19, 2--5:}
Os soldados teceram de espinhos uma coroa e puseram-lha sobre a cabeça e cobriram-no com um manto de púrpura.
Aproximavam-se dele e diziam:
Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.
Pilatos saiu outra vez e disse-lhes:
Eis que vo-lo trago fora, para que saibais que não acho nele nenhum motivo de acusação.
Apareceu então Jesus, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura.
Pilatos disse:
Eis o homem!
\from{CIC 572:}
A Igreja permanece fiel à << interpretação de todas as Escrituras >> dada pelo próprio Jesus, tanto antes como depois da sua Páscoa << Não tinha o Messias de sofrer tudo isto, para entrar na sua glória? >> (Lc 24, 26).
Os sofrimentos de Jesus tomaram a sua forma histórica concreta, pelo facto de Ele ter sido << rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas >> (Mc 8, 31), que << O entregaram aos pagãos para ser escarnecido, flagelado e crucificado >> (Mt 20, 19).
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\section{Jesus a Caminho do Calvário Carregando a Cruz}
\from{Mateus \TODO:}
\from{Marcos 8, 34; 15, 21--22:}
Em seguida, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes:
Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.
Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar.
Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz.
Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio.
\from{Lucas 23, 26--31:}
Enquanto o conduziam, detiveram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e impuseram-lhe a cruz para que a carregasse atrás de Jesus.
Seguia-o uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e o lamentavam.
Voltando-se para elas, Jesus disse:
Filhas de Jerusalém, não choreis sobre mim, mas chorai sobre vós mesmas e sobre vossos filhos.
Porque virão dias em que se dirá:
Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram!
Então dirão aos montes:
Caí sobre nós! E aos outeiros:
Cobri-nos!
Porque, se eles fazem isto ao lenho verde, que acontecerá ao seco?
\from{João 19, 14--17:}
(Era a Preparação para a Páscoa, cerca da hora sexta.)
Pilatos disse aos judeus:
Eis o vosso rei!
Mas eles clamavam:
Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos perguntou-lhes:
Hei de crucificar o vosso rei? Os sumos sacerdotes responderam:
Não temos outro rei senão César!
Entregou-o então a eles para que fosse crucificado.
Levaram então consigo Jesus.
Ele próprio carregava a sua cruz para fora da cidade, em direção ao lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota.
\from{CIC 616:}
É o << amor até ao fim >> que confere ao sacrifício de Cristo o valor de redenção e reparação, de expiação e satisfação.
Ele conheceu-nos e amou-nos a todos no oferecimento da sua vida.
<< O amor de Cristo nos pressiona, ao pensarmos que um só morreu por todos e que todos, portanto, morreram >> (2 Cor 5, 14).
Nenhum homem, ainda que fosse o mais santo, estava em condições de tornar sobre si os pecados de todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos.
A existência, em Cristo, da pessoa divina do Filho, que ultrapassa e ao mesmo tempo abrange todas as pessoas humanas e O constitui cabeça de toda a humanidade, é que torna possível o seu sacrifício redentor \emph{por todos}.
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\section{A Morte de Jesus na Cruz}
\from{Mateus 27, 33:}
Chegaram ao lugar chamado Gólgota, isto é, lugar do crânio.
Deram-lhe de beber vinho misturado com fel. Ele provou, mas se recusou a beber.
Depois de o haverem crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando a sorte. Cumpriu-se assim a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto lançaram a sorte (Sl 21,19).
Sentaram-se e montaram guarda.
Por cima de sua cabeça penduraram um escrito trazendo o motivo de sua crucificação:
Este é Jesus, o rei dos judeus.
Ao mesmo tempo foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda.
Os que passavam o injuriavam, sacudiam a cabeça e diziam:
Tu, que destróis o templo e o reconstróis em três dias, salva-te a ti mesmo!
Se és o Filho de Deus, desce da cruz!
Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos também zombavam dele:
Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo!
Se é rei de Israel, desça agora da cruz e nós creremos nele!
Confiou em Deus, Deus o livre agora, se o ama, porque ele disse: Eu sou o Filho de Deus!
E os ladrões, crucificados com ele, também o ultrajavam.
Desde a hora sexta até a nona, cobriu-se toda a terra de trevas.
Próximo da hora nona, Jesus exclamou em voz forte: